tag:blogger.com,1999:blog-21008904344881891892024-03-05T01:48:02.674-08:00"Uma" EscritaAtravés de uma escrita que habita os espaços dos blogs literários, este projeto pretende fazer pensar caminhos outros para uma educação que se relacione com as possibilidades advindas das novas tecnologias de informação e comunicação. Outro olhar para a formação das subjetividades blogadas. Discorremos sobre uma ideia de formação atravessada e arejada pela Literatura, Arte e Filosofia da Diferença que pense o saber para além da cientificidade. roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.comBlogger111125tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-3031925995262725292021-12-28T13:42:00.000-08:002021-12-28T13:42:11.930-08:00Sono, tecnologia, capital e escravidão<p> </p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family: verdana;"> <table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQU7GrzObKf_viZKzEoul0953sMfy1IiVEqPELjTsX5Ow7sCuUsWwq0rA2epmU4ydHVm8EjWOGh1fKxr1P1AtBPrs_OfN1K920kab9NarpUR3vP6610XFziDPkpFm41bUMtdPvCWVxqLm6/" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="218" data-original-width="696" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQU7GrzObKf_viZKzEoul0953sMfy1IiVEqPELjTsX5Ow7sCuUsWwq0rA2epmU4ydHVm8EjWOGh1fKxr1P1AtBPrs_OfN1K920kab9NarpUR3vP6610XFziDPkpFm41bUMtdPvCWVxqLm6/w320-h156/image.png" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table><br /></span></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family: verdana;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Não
durmo. É difícil. O corpo está sobrepujado. Estaria sofrendo a síndrome do
“pardal de coroa branca”? Sete dias por semana sem precisar dormir.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Fecho
os olhos, mas estou envenenado. O corpo já não reconhece nem o espaço nem o
tempo do descanso. Sob as pálpebras dois olhos insistentes resistem, ou melhor,
se entregam aos mecanismos de uma nova época. De um novo normal?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Jonathan
Crary na obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">24/7 Capitalismo tardio e
os fins do sono </i>disserta sobre o assunto. Fico preocupado. Crary ao
introduzir o tema de seu livro já nos informa, lá na página dezesseis que
bastaria um período relativamente curto sem dormir para sermos induzidos,
inclusive, à psicose.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Penso
nas noites em que as séries, os filmes, as músicas, os livros tentam amenizar
minhas angústias. A internet, as redes sociais que “iluminam” toxicamente meus
óculos, olhos, cérebro e corpo. A cama é um martírio. E eis o problema...
Amenizam ou alimentam o problema?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">“A
negação do sono é uma desapropriação violenta do eu por forças externas, é o
aniquilamento calculado de um indivíduo.” (CRARY, pag.16. 2016)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">O
que aniquila o meu eu? A falta do sono ou tudo que não me deixa dormir? E o que
seria esse “tudo”? De que máquina infernal é produzida essa necessidade que
tenho de “aproveitar o tempo todo.”<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Dormir seria uma fraqueza?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">De
acordo com Crary, lá pelos meados do século XVII, o sono teria se afastado de
uma suposta posição estável que ocuparia nas concepções aristotélicas e
renascentistas já ultrapassadas. O sono seria incompatível, então, com uma
moderna noção de produtividade e racionalidade. Descartes, Hume e Locke seriam
alguns dos filósofos que desprezavam o sono por sua irrelevância para o
funcionamento da mente e para a busca do conhecimento. Consciência e vontade,
noções de utilidade, objetividade e ações em interesse próprio, de acordo com o
autor, teriam desvalorizado a função do sono. (Crary, pag.19. 2016).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Penso
em minhas atividades como professor. E como acabo deixando que a noite, e sua
suposta calmaria, venha ao meu socorro. E como a internet “ocupa”
sistematicamente meu tempo de vida. E quando penso em internet penso logo em
redes sociais, e diretamente e “logicamente” em Facebook. Conversar, ver, ler
sobre tudo e todos... e então me vem uma frase de Evgeny Morozov, do livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Big Tech, a ascensão dos dados e a morte da
política. “</i>O Facebook está interessado em ‘inclusão digital’ do mesmo modo
que os agiotas se interessam pela ‘inclusão financeira’ – ou seja, em função do
dinheiro.” (MOROZOV, p.55. 2018)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Tudo
é dinheiro e poder. Ou poder e dinheiro. “No paradigma neoliberal globalista,
dormir é, acima de tudo, para os fracos.”(CRARY, p.23. 2016)<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Somos
insistentemente “carregados” com conceitos de vida que institucionalizam esse
nosso “novo” normal. E não é só pela ameaça do coronavírus. O covid-19 faz
parte do grande pacote que escolhemos como nosso presente. Presente aqui como
atualidade, mas também como algo que se dá a alguém.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Se
o sono ainda não conseguiu ser colonizado de forma completa pelo capital, nossa
forma de ver o mundo já foi. Esse tema da imagem que acaba sendo colonizada
pelos algoritmos e pelos interesses das grandes corporações do ramo, é muito
bem colocado pela autora brasileira Gissele Beiguelman na obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Políticas da imagem, vigilância e
resistência na dadosfera. É dela o termo “eugenia algorítmica do olhar”
(BEIGUELMAN, p.136. 2021) </i>De acordo a autora, nossas formas de ver estariam
tão afetadas pelos algoritmos e pela política pela qual são produzidos, que até
a nossa forma de entendermos nossa memória estaria sendo modificada através da
massificação e padronização da imagem nas redes sociais, internet e aplicativos
que manipulam essas mesmas imagens.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Enquanto
escrevo esse texto, escuto “I’ve got a woman”<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>de Ray<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Charles. Não escolhi a
música, nem o cantor. Um aplicativo de som, através do meu acesso, meus dados,
formulou uma playlist do “meu gosto”. E é assustador. Tudo o que somos,
gostamos, lemos, dizemos... tudo está na REDE.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>E a rede suga todos os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">meus</i>
dados. O sono talvez interrompesse um pouco essa vampiragem. Mas os dentes
sedentos do capital e da grande <i style="mso-bidi-font-style: normal;">BIG TECH </i>não
estão nem um pouco interessados em pausas para o lucro. O sono nesse novo
paradigma é o inimigo do capital e interromperia sistematicamente a grande
alimentação de dados que garante o poder das grandes empresas de tecnologia.
Morozov lista as cinco maiores, que seriam Apple, Google, Facebook, Microsoft
(p.147). Só o sono resiste ao ataque insidioso do Big Data. Alguns ainda
resistem. Sinto-me fraco, e às vezes acho que sou apenas um grande conjunto de
dados, como a carne de um animal dividida por partes e vendida nos
açougues.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como ser mais “humano”? Talvez
dormindo e sonhando fora dos limites do algoritmo e do interesse do
capital.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tenho me esforçado em cansar o
corpo para facilitar o abraço do sono. Ainda está difícil. Termino esse texto
com a expectativa de tomar um chimarrão olhando para as árvores do meu vizinho.
É quase angustiante evitar ligar um celular, uma TV, o computador.. Se o medo
do coronavírus nos impôs essa condição de resguardo, também, de certo modo
intensificou nossa submissão às grandes e multimilionárias empresas de
tecnologia. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span style="font-family: verdana;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">Referências<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">BEIGUELMAN,
Giselle. Políticas da imagem, vigilância e resistência na dadosfera. São
Paulo.UBU. 2021.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">CRARY,
Jonathan. 24/7, Capitalismo Tardio e os fins do sono. São Paulo. UBU. 2016.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: verdana;">MOROZOV,
Evgeny. Big Tech, A ascenção dos dados e a morte da política. São Paulo.UBU.
2018.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p><span style="font-family: verdana;"> </span></o:p></span></i></p>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-91110179771435790212020-12-17T14:52:00.001-08:002020-12-17T14:52:27.401-08:00O corpo na janela<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmh3y4iVbFmvDnQDJQVkKTY0hYEy1iW1i_Pa7P35MnE_PBsXNXNNACbWPK8PiUrqcwvlVLLz7Mc4XfF7_Lxg2pzGY7cyEtBUZQCnU78MVqih8tqXlEeX5wVH8rwq2gttBDjxQ5KgBiRZH_/s862/corpo+na+janela.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="862" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmh3y4iVbFmvDnQDJQVkKTY0hYEy1iW1i_Pa7P35MnE_PBsXNXNNACbWPK8PiUrqcwvlVLLz7Mc4XfF7_Lxg2pzGY7cyEtBUZQCnU78MVqih8tqXlEeX5wVH8rwq2gttBDjxQ5KgBiRZH_/s320/corpo+na+janela.png" width="320" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Há
um mundo que não é mais. Não é mais o mesmo. O mundo. Aquele de sorrisos e
dores conhecidas. Não. Não é mais o mundo. É outro. É um mundo distante ainda.
Da janela. É um mundo pela janela.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
olhar se alimenta desse mundo, mais do que qualquer coisa. Procura no mínimo.
Vê o que antes nunca viu. O olho agora é lanterna potente. Para alguns. Para
outros não. Sem luz. Olho sem sol. Mesmo na janela ardente. Para alguns até
mesmo o olhar murchou. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
mundo sempre foi perigoso. Mas o corpo enfrentava os perigos. No corte, no
soco, no tombo... o corpo enfrentava as malvadezas do mundo... Presente. Ele
estava lá para vencer ou perder. Atuante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Neste
novo mundo o corpo recua. Esconde-se. É invisível o inimigo. E não há o que
fazer contra ele. O corpo perde, morre se extingue. Resta ao corpo o refúgio
das janelas. E dos olhos nas janelas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">A
rua é única e simplesmente a rua. Pedras,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>casas, um cão feliz que passeia. Poucos carros. A rua é um silêncio que
dói e atravessa a janela. Um silêncio que agride que busca a vida. Pela janela.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
cão perambula feliz nesse mundo estranho. Os pássaros não precisam de janelas.
E seus movimentos causam inveja ao corpo e aos olhos presos pelas janelas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
verde livre dos pés, das rodas, do veneno... Abanam para as janelas. O vento
desse novo mundo é arriscado. Mas todos dariam um mês de suas vidas para correr
e abrir os braços e voar. Ser pássaros. Pássaro sem pedra nem gaiola. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Atrás
da janela somos pássaros. E é triste ser cativo e cantar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
som das casas não para. Os filmes não param as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">lives </i>não param.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Uma
tentativa de enganar-nos que ainda temos movimentos. E temos. Temos um
movimento estranho e compassado. Quase ritual.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>E buscamos no desespero e na monotonia algo que nos de as asas do
pássaro que se perde do olho. Longe os pássaros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Pelas
janelas os vultos se abanam constrangidos.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>“tudo bem?”<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e os sorrisos tentam
modificar as faces. Duras faces.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">A
vida exubera. Toda a vida que não é humana.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>A humana espera. Espera para ver<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>o estranho mundo que à espera.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Os
livros se amontoam, uns lidos outros modificados de lugar. Ler não é fácil,
sorrir não é fácil, respirar não é fácil nesse mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">O
corpo é a casa. Os olhos brincam de ser o corpo pelas ruas. Percorrem esquinas
ajudados pela memória, pelo costume... entram nas padarias, nas lojas, no
mercado. Fechados os olhos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>veem muito
mais. O mergulho pelas imagens que ficaram é muito mais profundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">E
pela janela fechamos os olhos para ver o que éramos o que fazíamos. Alguns avaliam,
questionam. Outros inclusive juram fazer tudo diferente. Outros, ajoelhados,
rezam pra tudo ser como antes. Mesmo o Antes não ser ideal, ser injusto e
cruel. Outros ainda esperam mais justiça e igualdade.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O mundo se regenera, se transforma, vibra na
esperança e na dor de todos. Sismicamente o planeta modifica suas leis gerais,
deixando claro que somos apenas mais uma espécie. Não a mais importante, não a
melhor.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Somos apenas mais um tipo de
vida diante de tanta vida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Somos
pequenos, as janelas nos dizem isso. Somos pequenos, nossas misérias nos
afirmam isso. Mas somos vida. E a vida é um elemento em eterna transformação.
Esperemos que quando as janelas abrirem-se, quando as portas forem finalmente
abertas.... Outras criaturas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>surjam para
ver os pássaros e os cães. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Gente
mais livre e feliz como os pássaros, gente mais simples como os cães. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;">Ronie Von Rosa Martins</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-27977198394914386902016-06-06T20:19:00.000-07:002016-06-06T20:19:47.636-07:00Resistindo <!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
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<br /></div>
<div class="MsoNormal">
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<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Corpo. Porção de mim no todo vazio. Oco. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Copo. Porção de vinho. Em mim. Assim.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em mim. Um pouco de todo o resto. Nada.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Todo o eu. Assim. Um copo. Oco. Vazio.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A unha não gruda na parede. Nem sustenta o peso do
corpo que sofre. Arranha apenas a superfície do corpo. Que prende. Repreende. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A unha não rasga nem fura essa estrutura. Idêntica. Cara.
Meu rosto que é o teu. Que é o nosso. Único rosto. De sorriso triste. De olhos
desligados. Não, a unha não salva, nem solta. Nem defende a unha. Arranha apenas.
Recusa, renega, reclama.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A unha reclama na parede do corpo. Reclama com
fúria, em linhas de sangue. Os caminhos pra fuga. Pra festa. Pro vôo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas o corpo não deixa. O corpo e seu peso. Sua ordem.
Organismo. Cinismo do rosto. Estrutura. Consumação das paredes. A altura do
muro.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um murro? Nem murros nem unhas. Profunda e ancestral
é a construção. Identidade, atitude, tradição, memória... Cimento duro.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então vinho para regar o corpo que chora...e prende.
Álcool pra encantar a estrutura que oscila. Drogas pra amaciar a fúria do
corpo, seus limites, suas esquinas escuras, seus espaços frios suas
masmorras...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Roupas pra cobrir a vergonha do corpo. Panos pra
encobrir. Panos para produzir o próprio corpo. Muitos panos para a nova
estética, para a produção do novo rosto. Cores também para alegrar e colonizar
o corpo. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marionete. Fantoche. O corpo dança a valsa que ouve
e acredita. E no fundo. No vazio. Eu. Ou nós. E o oco do copo. E o vazio. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então que venha a palavra. Que lavra o terreno
baldio. Frases, vírgulas, verbos. Letras! Escreva, fale, comunique.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Repita o eco. Cante o refrão. Sorria! Abrace o
irmão. Aceite...</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas nas paredes do corpo, nas profundezas do
corpo... <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>unhas....</span></div>
<br />
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-12560263872757611482016-04-10T16:49:00.002-07:002016-04-10T16:51:28.657-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/1bZV2WEv1_g/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/1bZV2WEv1_g?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-14667967766018805602015-05-18T10:57:00.000-07:002015-05-18T10:57:06.308-07:00RODAR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWeQPPVg6AHOoJyA-uzD7zxn1gJh6p6gPXvRbZhu59QSuRbiY4iN4hpU_z__zIBi4P2Vp4f8CopsArwZyGTL-JIOd_y4Z7A3oSXDnl-btvseLabbKi8Av69LPtpbo5eLnhZoAGc9mssKNe/s1600/bikelinha.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWeQPPVg6AHOoJyA-uzD7zxn1gJh6p6gPXvRbZhu59QSuRbiY4iN4hpU_z__zIBi4P2Vp4f8CopsArwZyGTL-JIOd_y4Z7A3oSXDnl-btvseLabbKi8Av69LPtpbo5eLnhZoAGc9mssKNe/s320/bikelinha.gif" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: 44.05pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Caminhar é bom. Rodar é
diferente. Nem tão rápido. Medida certa, tanto lenta quanto no furor do vento.
O movimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">É do coração... e das
pernas que cansam numa alegria satisfeita. Simetria com chão, estrada e sombra.
A sombra segue sempre e o olho à sombra. Segue também. E é o tempo da roda.
Movida pela vontade. Músculo e paisagem. Pois o que se vê também é a bicicleta,
e o passeio, e a passagem e o movimento todo. E o vento. E o sol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O rosto é visto e a voz
ouvida. Do outro que no contrário movimento faz que fica e continua em outro
ritmo. Os carros não contam. Frios e
limpos. Rápidos e cheirando a gasolina. Ovos de lata que chocam as vaidades de
seus motoristas. Que nada vêem. Embevecidos que estão por seus próprios
reflexos que interpretam importâncias para pequenos espelhos. Os carros não
contam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Contam as árvores todas
e a grama que nasce. E a roda que na velocidade exata percebe um verde que se
singulariza de outros tantos verdes que já não são os mesmos. Nem os sorrisos.
Diferentes todos. E as caras fechadas. Todas diferentes. E belas. A visão
libertada de janelas. Olhos que vêem, mesmo no precipitar das duas finas rodas,
rugas e vidas que se enredam, se enroscam...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Há também o som. Ou o
fone e a escolha sonora. Música para rodar. Música para se perder para além do
asfalto. Fugir do asfalto. No chão e no buraco. Deslizar. Fluido. Parar para
atravessar a tartaruga, vislumbrar o sofá antigo e vermelho jogado
inconseqüentemente no pequeno riacho, que serve de assento para todos os
fantasmas e criaturas do campo. Se o alcançasse, também descansaria alguns
momentos ali. Mas, agora, é templo sagrado de mistérios e ninho. De pássaros ou
cobras. Somos todos. Um pouco de cada. Cobras e pássaros. Voamos e rastejamos.
Então rodar. Mesmo que o braço canse e a perna chore. O mundo está esperando.
Mesmo o pequeno espaço que conseguimos alcançar. A quantidade de terra que
conseguimos atravessar. A ladeira que nos ameaça e se insinua. E o pneu que
murcha. E as costas que cansam.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">É o espaço e o tempo
outro. Longe ficam o resto todo. Prisões e apreensões sociais, vaidades e
obrigações, deveres aparências. Só a sombra aprendendo a ser nada. A bicicleta
e o homem. Metamorfose de carne e metal na construção interessante de um nada
necessário. Deserto. Repleto de tantas coisas, mas sempre vazio. Aberto para
todos os caminhos impossíveis.<o:p></o:p></span></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-16736655971572721382015-04-03T18:21:00.000-07:002015-04-03T18:21:10.506-07:00O velho que lia<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvPJ4VBWJXnllWNHXCVtXImkl-tYMAF88epgMxLYn7hZdsnool7QjvnsA6gJbgZ7X5vu6n0p2KyYRHTM9bhdp5Pc7eNfyr9UYoUcnZYe0LARRH3XdEBsV-cN-ZGEZj87L-54Hv0lZVsSOL/s1600/img001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvPJ4VBWJXnllWNHXCVtXImkl-tYMAF88epgMxLYn7hZdsnool7QjvnsA6gJbgZ7X5vu6n0p2KyYRHTM9bhdp5Pc7eNfyr9UYoUcnZYe0LARRH3XdEBsV-cN-ZGEZj87L-54Hv0lZVsSOL/s1600/img001.jpg" height="320" width="254" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sábado. Na janela o sol
não se intimidava com a tentativa de impenetrabilidade. Pelas frinchas dava
jeito de atingir-lhe o corpo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na cama. O corpo
permanecia. Largados os braços. Pernas também. Cobertas no desalinho do
pesadelo. O escuro teimava em permanecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O despertador já havia
gritado. O galo também. O mundo já havia gritado. E ele estava atrasado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Atrasado para o grito
do corpo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No chão. O livro. A
leitura que fizera à noite. Lia para espantar seus demônios. Armadilhas
infalíveis para aprisionar criaturas das trevas. Abria o livro nas madrugadas e
esperava que todos os seus medos se manifestassem. E os consumia em forma de
texto. Palavra. Era um devorador de demônios. O maior de todos eles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aprisionava em seus
livros todas as suas angústias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E em sua pequena
biblioteca, às vezes ouvia os sussurros e infâmias que os prisioneiros lhe
endereçavam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O mundo era muito
estranho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Velho. Tão velho quanto
a quantidade de rugas que rizomaticamete envolviam toda a sua pele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já em pé. Sorvia o chimarrão
tão quente e amargo. Apreciava a pequena bruma que se esvaia do calor da água e
da erva da cuia. O cheiro... Solidão tem cheiro?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Caminhou até o quarto.
Apanhou o livro do chão e cuidadosamente o colocou na estante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A neta um dia lhe
perguntou porque vivia sozinho “quem disse que estou só?” respondeu sorrindo. O
filho, homem de certa obesidade aproximou-se tentando argumentar sobre os
perigos de morar sozinho, questões de idade e limitações do corpo, e ele
sorria. Quando o filho afastou-se. O velho pegou a menina no colo e contou-lhe
as histórias de seus livros. Dos seus medos e angústias aprisionados nas linhas
dos textos... os olhos brilhavam com a intensidade da admiração, surpresa e
medo. “Eles estão presos?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O sorriso do velho se
abria. “Todos eles.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Mas e se eles
fugirem?” “Às vezes acontece. Mas toda a noite eu os caço novamente e os
apanho. E os guardo ali.” O dedo apontando para as estantes. O coração da
menina pulsava. Os olhos esbugalhados faiscavam de excitação e temor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Então o tempo e a morte
vieram, e as flores, e as rezas, e as lágrimas e as dores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E nestes interstícios
da vida, quando a memória parece insistir em abrir uma brecha no muro da
realidade e do presente, ela, a menina que agora já não era lembrava do avô.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E toda vez pela manhã
quando ia observar o pequeno Diego. O filho. Levantava do chão o espesso livro
de contos de fadas. “Cuidado mãe.” Ainda sonolento ele dizia. “Eles podem
fugir.”<o:p></o:p></span></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-36910919704245925232015-02-06T19:18:00.002-08:002015-02-06T19:18:48.555-08:00Pirulitos e velhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGzzUbvUHIvs_oXkw_ox-6pDf0LgAdXv6vFP-uv1fCypfX9jZgQDT6-VmM8QmIllesdUp0m5CgCs_PboMfox7sNegJW4OIjPlZojpM0xD-V93f51eipZC_Qn2ZCBFMFD6fo_r0uvFDnmjr/s1600/Imagem+(6).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGzzUbvUHIvs_oXkw_ox-6pDf0LgAdXv6vFP-uv1fCypfX9jZgQDT6-VmM8QmIllesdUp0m5CgCs_PboMfox7sNegJW4OIjPlZojpM0xD-V93f51eipZC_Qn2ZCBFMFD6fo_r0uvFDnmjr/s1600/Imagem+(6).jpg" height="232" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Era um fusca. Branco. Antigo. Dentro ela. Jovem.
Bonita. Simpática. Na rua ele. Bicicleta e suor. Fone no ouvido. Música
encharcando corpo e espírito. Corpo e espírito no corpo musical do momento. Um
olhar. Simples e curto. Distante e tão incrivelmente perto. E os carros, e as pessoas, e o tempo sem dó.
Dor. E o nunca mais. E o para sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O agora é diferente.
Velho e sem bicicleta. Reivindicação dos joelhos. Das costas e do sem brilho
dos olhos seus. Agora sem fone nos
ouvidos. Já não ouvia nada. O som era o da imagem. Inventava sons para o que
via. E era o banco da praça. Sempre ali. Fugir sempre da casa. Ser velho exigia
esse esforço. Para o bem de todos. Dele mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As bicicletas passavam.
E ele ficava, mas ia também. Girava no cérebro, os pedais e o esforço. E
lembrava do vento na cara. E o suor. Do coração batendo forte... pôs a mão no
coração para sentir. Nada. Não sentia muita coisa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O menino chupando um
pirulito sentou ao lado. Olhos grandes de entender os velhos. "você tá triste?"
Foi a pergunta. Os olhos de já não entender as crianças se voltaram pro menino.
"Não." A criança levantou-se, tirou um pirulito do bolso e entregou.
Correu para apagar sua imagem dos olhos antigos. Foi-se. Na mão o doce. Os
olhos vetustos e a rua que ia e voltava sempre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A senhora com bolsas
passou e sorriu. O pirulito era cômico... ou trágico. E ele ainda não sabia o
que fazer. Drama ou comédia? Não gostava muito de comédias, mas já estava velho
demais para dramas. Para o drama é necessário
um coração vigoroso e cheio de sentimentos. Seco era o dele. Antigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Do outro lado da rua um
casal discutia. O drama. Jovens perdidos em intensidades. Belo e estranho.
Percebia-se a atração. Gesticulavam furiosos, mas pediam tudo um do outro.
Amor? O que seria o amor. Ela fazia menção de ir. Ele segura-a do braço,
moderava o tom da voz, suplicava. Ela chorava. Lágrimas e dizia palavras que a
rua engolia. Se abraçavam. O beijo. Os corpos juntos. Vibração. E iam também.
Mão ligadas, sorrisos envergonhados e felizes. Mais uma vez voltavam. Quantas
vezes ele os vira ali. Discutindo e voltando? Várias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Seria aquele o lugar
ideal para resolverem seus problemas amorosos. Haveria um lugar adequado? Não
sorriu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma leve brisa soprou
algumas folhas caídas. Giraram no ar. Bailado contemporâneo e pós-moderno.
Bailarinas bêbadas e alucinadas. Frenéticas. E caíram. Todas juntas. Mortas
novamente. As folhas. E ele. Pensava que nunca aprendera a dançar. Acompanhar o
ritmo de uma música. A potência de uma coreografia, ritual de acasalamento e
namoro. Sempre fora difícil. Dançar era movimentar o corpo, vulneralizar-se
para as forças inusitadas da música. E ele era pedra. Sempre fora. Duro.
Tentara algumas vezes. Mas era um desastre. Parou. E ali estava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O joelho doía. Sempre
doía. E as costas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E o pirulito doce. E um
certo constrangimento. A infância parecia querer fazer troça de sua mão gelada
e enrugada. Jogar fora? Não parecia certo. Esperar outra criança? Não seria
confundido com esses miseráveis assediadores de menores? Jogar fora. Afinal ela
já não havia ido? A infância? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Era colorido. E os
olhos antigos e secos observavam. O colorido do doce. Seria o menino um anjo ou
um demônio? As crianças sempre eram os
dois. Anjos e demônios. Ele fora. Medonho quando pequeno. Correr na rua.
Jogar taco com os amigos. Bolinha de gude. Queria esboçar um sorriso. Mas não.
A boca estava selada para esses prazeres. E nem a memória conseguia
desenferrujar aquela porta antiga. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E então ele viu
novamente. Não era o fusca de quarenta anos atrás. Era uma cadeira de rodas.
Uma senhora grisalha empurrava outra um tanto mais velha. Rosto fechado. Olhos
apertados pela claridade do sol. Triste. As duas. Mãe e filha. A filha e o
fardo. O fardo e a filha. Ela sabia. Ser empurrada. Direcionada. A cadeira. Mesmo
com rodas era uma limitação. "Tudo bem mãe?" A voz da filha. E a rua
em silencio parecia conspirar para que ele ouvisse tudo. Ou nada. A outra
mulher não respondeu. Triste. Mas os olhos se encontraram. Breve instante.
Segundo. Nele um estremecimento. Algo estranhamente arrepiante. E rapidamente
ele enfiou o pirulito na boca. Plástico e tudo. A cena congelou. Segundos, e o
silêncio foi rompido pela gargalhada solta e desesperada da mulher. Em seguida
ele se precipitou a rir também, com todas as suas rugas e dores. Estavam vivos
pensou. E continuava a rir enquanto ouvia ao longe as gargalhadas da mulher na
cadeira de rodas. Estavam vivos!<o:p></o:p></span></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-35887327878867848352015-01-11T12:08:00.002-08:002015-01-11T12:10:44.228-08:00CHUVA<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZRngpz21XsCOqvUKH3BXIQeIoNpBZcDrTXfWl4E1G-dDMnkvZYTx3Qtykhji3ndF8p-aTL2W00NOqyqrCf4oh0pwpD3qKwviw5f1dwIVX3BdUO7BHKJ0YziSeQCCm0PM3T2uMb7AchWn2/s1600/chuva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZRngpz21XsCOqvUKH3BXIQeIoNpBZcDrTXfWl4E1G-dDMnkvZYTx3Qtykhji3ndF8p-aTL2W00NOqyqrCf4oh0pwpD3qKwviw5f1dwIVX3BdUO7BHKJ0YziSeQCCm0PM3T2uMb7AchWn2/s1600/chuva.jpg" height="200" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seria interessante. Escorrer. Correr silencioso.
Infiltrando-se em toda matéria, levando outras...</div>
<div class="MsoNormal">
Ser água. Em tudo estar. </div>
<div class="MsoNormal">
Menos nesta folha. Neste texto. Longe do meu espaço.
Quadrado. Espaço que delimita meu corpo físico, clínico. Meu texto. Contexto.</div>
<div class="MsoNormal">
A janela chora minha angústia. E dissolve o vidro em memória
aquosa. Lembrança. A água entrando... conectando em sinapses uma existência em que o fragmento é a
verdade. </div>
<div class="MsoNormal">
A palavra não anda. O texto não caminha em estrada
definida... se perde. Perde-se no sem palavras da chuva. Nuvem.</div>
<div class="MsoNormal">
Escura em devir permanente. Raios? Trovões?</div>
<div class="MsoNormal">
A secura desta peça me sufoca. A tela do computador dociliza
a alma. A raiva.</div>
<div class="MsoNormal">
O homem precisa de raiva. Precisa de indignação. Assim como
o mundo precisa da tempestade. Da chuva...</div>
<div class="MsoNormal">
Nem chover consigo. A
água me é escassa; no corpo e na alma. Velho. A idade seca o homem. Drena a
vida. A água...</div>
<div class="MsoNormal">
Ainda lembro... lembro das lágrimas juvenis. Do rosto
encharcado e das dores advindas de minhas desilusões amorosas. Água. Saudade da
água.</div>
<div class="MsoNormal">
Hoje tenho o texto. a palavra e a memória. Poço profundo de
onde bebo alguma vida. Escassa. Alguns breves sorrisos.</div>
<div class="MsoNormal">
A solidão não irrita ninguém. Pelo menos não a mim. O que mi
irrita é a ausência de vida. Essa escassez da água no corpo. Esse esvair de
intenções. Sonhos. </div>
<div class="MsoNormal">
Meu texto procura a liquidez da chuva... fluidez. </div>
<div class="MsoNormal">
A terra está encharcada. A água faz possas. Liga as possas e
faz pequenos lagos que escorrem. Fluem. Luzes no céu. Barulho. Estrondo de
vida.</div>
<div class="MsoNormal">
Minha folha está morta. Branca e ousada, me desafia. Me
julga em sua possibilidade de conter o reflexo da vida em letras e idéias. E
nua e alva e crua zomba da decrepitude da minha criatividade. Está frio?</div>
<div class="MsoNormal">
Sempre está frio para os velhos. E isso é uma merda.</div>
<div class="MsoNormal">
Decidir não fácil. Fazer escolhas...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas quando não há escolhas é fácil. Fluir. Apenas fluir...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na folha a palavra chuva. Título e texto. Condensação máxima
da história de uma vida. Chuva.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Receber a água é doloroso para os velhos. Gelada. Forte.
Poder.</div>
<div class="MsoNormal">
Escorrer para dentro e além de qualquer corpo físico.
Percorrer as distâncias possíveis, e depois elevar-se <st1:personname productid="em vapor. Vaporizar-se" w:st="on">em vapor. Vaporizar-se</st1:personname>.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Deitado no chão ele ainda pareceu ouvir gritos de menino que
num passado além do real gritava e dançava em uma chuva anterior...</div>
<div class="MsoNormal">
Sorriu ao perceber que a criança era ele.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-61108672580274949742014-11-28T12:22:00.001-08:002014-11-28T12:22:35.063-08:00Hurt - Johnny Cash (Legendado)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/DN-1A02X2sI" width="459"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-73065259144377809102014-11-28T11:33:00.003-08:002014-11-28T11:33:27.923-08:00Eddie Vedder - Society - Traduzida - Into The Wild<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/ecirRN_b0aY" width="459"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-4552853824676097492014-11-28T11:33:00.001-08:002014-11-28T11:33:24.103-08:00Eddie Vedder - Society - Traduzida - Into The Wild<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/ecirRN_b0aY" width="459"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-29923942365476466912014-11-28T11:31:00.001-08:002014-11-28T11:31:07.764-08:00Eddie Vedder - Hard Sun<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/b4K5od-uZEY" width="459"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-35695162707943968092014-11-28T11:11:00.001-08:002014-11-28T11:11:56.057-08:00Eddie Vedder - Guaranteed (Into The Wild)<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/Mwx3RvDWvDM" width="459"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-61432504119520728822014-11-25T14:28:00.002-08:002014-11-25T14:28:56.512-08:00Rodar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY8uXFmH40GyUSEkvorHPVdDmTuUIB7l1iRe5puF9mQaIOPuaqvu2CnLF1yPB-axjF3g3pRWVA6KQ-NhSzcCwANVpaNWV4RjY__pawB2cawyzF_LrCgxrmJxWk9m2nzQum_jRkX_iFUT72/s1600/pedalando+verde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY8uXFmH40GyUSEkvorHPVdDmTuUIB7l1iRe5puF9mQaIOPuaqvu2CnLF1yPB-axjF3g3pRWVA6KQ-NhSzcCwANVpaNWV4RjY__pawB2cawyzF_LrCgxrmJxWk9m2nzQum_jRkX_iFUT72/s1600/pedalando+verde.jpg" height="320" width="318" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Caminhar é bom. Rodar é
diferente. Nem tão rápido. Medida certa, tanto lenta quanto no furor do vento. O
movimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">É do coração... e das
pernas que cansam numa alegria satisfeita. Simetria com chão, estrada e sombra.
A sombra segue sempre e o olho à sombra. Segue também. E é o tempo da roda. Movida
pela vontade. Músculo e paisagem. Pois o que se vê também é a bicicleta, e o
passeio, e a passagem e o movimento todo. E o vento. E o sol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O rosto é visto e a voz
ouvida. Do outro que no contrário movimento faz que fica e continua em outro ritmo.
Os carros não contam. Frios e limpos. Rápidos
e cheirando a gasolina. Ovos de lata que chocam as vaidades de seus motoristas.
Que nada vêem. Embevecidos que estão por seus próprios reflexos que interpretam
importâncias para pequenos espelhos. Os carros não contam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Contam as árvores todas
e a grama que nasce. E a roda que na velocidade exata percebe um verde que se
singulariza de outros tantos verdes que já não são os mesmos. Nem os sorrisos. Diferentes
todos. E as caras fechadas. Todas diferentes. E belas. A visão libertada de janelas.
Olhos que vêem, mesmo no precipitar das duas finas rodas, rugas e vidas que se
enredam, se enroscam...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Há também o som. Ou o
fone e a escolha sonora. Música para rodar. Música para se perder para além do
asfalto. Fugir do asfalto. No chão e no buraco. Deslizar. Fluido. Parar para
atravessar a tartaruga, vislumbrar o sofá antigo e vermelho jogado inconseqüentemente
no pequeno riacho, que serve de assento para todos os fantasmas e criaturas do
campo. Se o alcançasse, também descansaria alguns momentos ali. Mas, agora, é
templo sagrado de mistérios e ninho. De pássaros ou cobras. Somos todos. Um pouco
de cada. Cobras e pássaros. Voamos e rastejamos. Então rodar. Mesmo que o braço
canse e a perna chore. O mundo está esperando. Mesmo o pequeno espaço que
conseguimos alcançar. A quantidade de terra que conseguimos atravessar. A ladeira
que nos ameaça e se insinua. E o pneu que murcha. E as costas que cansam.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">É o espaço e o tempo
outro. Longe ficam o resto todo. Prisões e apreensões sociais, vaidades e
obrigações, deveres aparências. Só a sombra aprendendo a ser nada. A bicicleta
e o homem. Metamorfose de carne e metal na construção interessante de um nada
necessário. Deserto. Repleto de tantas coisas, mas sempre vazio. Aberto para
todos os caminhos impossíveis.<o:p></o:p></span></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-56003531525028617492014-09-19T21:02:00.001-07:002014-09-19T21:02:56.204-07:00Dessas coisinhas de amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTyyIx8d0sXMDLIDg7YI-5Rfxsnl02B0slIhQsxW_oUco5cT5n4mDJ0zot2uRxzqpqG5C_4-StUQ_Tiix3YQFvYWspEpmpFQcenfScCNj2-vXDZ_8lKzrmlHkwAXgiWPtPR52OyxCowRb-/s1600/mulher+presa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTyyIx8d0sXMDLIDg7YI-5Rfxsnl02B0slIhQsxW_oUco5cT5n4mDJ0zot2uRxzqpqG5C_4-StUQ_Tiix3YQFvYWspEpmpFQcenfScCNj2-vXDZ_8lKzrmlHkwAXgiWPtPR52OyxCowRb-/s1600/mulher+presa.jpg" height="320" width="223" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ao levantar, noite terrível. Insônia. Pesadelo.
Suador também. Riu de si mesmo. Da ironia e da desgraça também. Dizem que rir de si mesmo é como terapia, nos
faz entender bem melhor o que somos... ou o que não somos (leia-se aqui um
certo fatalismo e sarcasmo).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Não. Não se preocupem, esse texto não
vai ser recheado de disritmias cardíacas
nem lágrimas dramáticas. Vivemos em um mundo onde se engole tudo, e ele. O mundo.
Nos engole. Então não haverá drama. Haverá um certo humor trágico. Acho que
fica bem um certo humor trágico. É...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Pois bem. O nome dele é Eu poético.
Entenderam a jogada? Não? Essa eu não
vou explicar...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Levantou então e no banho, enquanto se
preparava para a gravata o carro e a vida de sempre. Estancou. Merda. Merda!! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Estava encrencado. Entrara na sua vida
algo indesejado. Sem querer, sem perceber... ou já tinha percebido? Claro que
já... mas o imediatismo da coisa é mais interessante, mais impactante...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ele. O cara mais chato do mundo. Ele,
justamente ele, um homem de meia idade se viu vítima daquilo. Mas... o que é uma
meia idade? Qual é a idade toda?
Voltando para o drama então. Como ele, um homem já endurecido pelo tempo e
pelas mazelas da vida conseguira permitir tamanha bobagem?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O amor. Mas que merda!!! Pensava. Era
uma merda. E que não viessem com frases de efeito romântico e cheias de
frescura. O amor era uma merda! Era sim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Chegava sem ser convidado, indivíduo folgado
como o capitão Rodrigo, mas o Rodrigo interpretado pelo Tarcísio, o Lacerda era
sofrível... (perceberam a tática de dispersão?) também não vou explicar...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Pois é. Chegava essa coisa. Cruel. Trazendo
junto, grudado na pele coisinhas baixas e medíocres como o ciúmes, e coisas
muito grandes como a dor. Dor singular. Não qualquer dor, mas aquela que vocês
bem sabem, ou em breve saberão. E tenho
pena de vocês. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E por que digo que o amor é uma merda? Porque
ele menospreza nosso cérebro. Gastamos tempo e dinheiro "treinando" o
desgraçado do cérebro para esse enfrentamento. Anos e anos. Ele mais do que
todos. O Eu Poético era um alucinado por esse tipo de treinamento. Livros e
mais livros. Horas e horas lendo e relendo. Se preparando para o grande
confronto. Seguro. Firme. Pronto. E quando vê. Não vê mais nada. Só o outro
lado e aquela dor maldita no peito. Pra
puta que o pariu com essas coisinhas de amor. Já não tinha idade. Queria que o
coração entendesse. O Cérebro insistia. O corpo todo preparava seminários para
que o maldito órgão entendesse. Mas nada. O coração é a parte mais burra do
corpo humano. Criatura imbecil. Insistente, eternamente juvenil. Infantil. O corpo
definha se enruga, e ele ali, débil mental, pulsando e pulsando como um
cachorrinho que balança o rabo para o dono. Patético, deprimente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">O álcool era bom para o amor. Afogava. Todo
ele. Mas não matava. Só anestesiava o animal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E fazer o quê?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Óbvio. Era óbvio. Essa coisa de amor só
exige uma coisa do corpo e da alma. O sofrimento. A dor. Não há amor sem dor. Muita dor
sempre...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E é por isso que ele é uma merda. Claro que
é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">No espelho seu olhos de ver muitos
mundos o observavam. E tripudiavam dele. A carne que envolve o amor sempre é
mais nova, mais bela, mais viçosa... e outras carnes e corpos estão dispostos a
esses encontros. O amor é infantil, e os discursos prováveis desse amor são
também juvenis, e ele. O Eu poético. Tinha o coração patético. O discurso
afiado e cruel, já não estava mais lá. Onde se brincava de amar. Era um
monstro. Situado entre ideais e conceitos, teses e análises... estava longe, já
não estava mais lá. Por que aquela merda de sentimento insistia em açoitar sua
costas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Açoitar costas já é meio dramático
demais...tinha prometido não cair em lugares comuns. Mas quando se fala em
amor, o tombo nos mesmos buracos é quase certo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Pois bem. Enquanto amarrava a gravata. Nó
desesperado de enforcamento. Pensava. Não podia estar acontecendo. Não era
verdade. Puta que pariu. Não era verdade!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Bateu a porta de casa e entrou no carro.
A estrada. Um aperto no peito. Não podia ser dramático. Não queria ser
dramático. Não seria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Mas no fundo... bem lá no fundo. Longe dos
diplomas e livros... existia um homem. Pequeno e frágil. Louco pra chorar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">E isso era uma merda!!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-11350731516515639942014-08-10T19:29:00.001-07:002020-12-17T14:09:37.704-08:00(As viagens de Ronísio) SOBRE AMIGOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyNXxWYqd5xK5Y7L3tLube_Es4qM7MDKa-0-ZCXvIDIuUWobLzNxutb3Hs6pGl__TtiO-C4cOMlL3vSNdldqufKLsQqcZaRtQrNICBYSr2jTJ5jPjZ8bz0DZ6HItCqaqHNLdmSRtN6h4pv/s1600/RONIE+PIZZA.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyNXxWYqd5xK5Y7L3tLube_Es4qM7MDKa-0-ZCXvIDIuUWobLzNxutb3Hs6pGl__TtiO-C4cOMlL3vSNdldqufKLsQqcZaRtQrNICBYSr2jTJ5jPjZ8bz0DZ6HItCqaqHNLdmSRtN6h4pv/s1600/RONIE+PIZZA.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"> </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify;">Um
amigo. Dois. Muitos. É difícil. Falar sobre amizade mexe com sentimentos
profundos. Coisas de fazer chorar. Lembranças. Coisas de fazer pensar. No profundo
das coisas. Das ações que nos fazem. Somos o que fazemos. E nunca merecemos
todos os amigos que temos. É muito. Para um corpo só. Para um coração só.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
amigos são os sorrisos. Confortadores. Debochados. Irônicos. Sorrisos-potência
que energizam nossa carne, nosso organismo. Sorrisos que têm o poder de fazer
brilhar nossos olhos. De chorar e rir. Os olhos nossos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Encontra-los
não é tarefa fácil. Porque eles não são de esse encontrar. Não estão
escondidos, prontos para serem percebidos. Eles são de outra natureza. Amigos nascem.
Pelo olho. Pela voz. Pelo prazer de estar junto. E isso não depende de tempo e
espaço. Depende de alguma coisa muito anterior. Como se no início de tudo um
corpo fosse explodido. Galáxia em expansão. E quando cada pedaço desse antigo
corpo se aproxima se sente na própria carne. Eis a amizade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Estes
dias fui pego por uma destas coisas de amigos. De amizades. Confesso que sou
emotivo e chorão... no escuro dos meus livros e de minhas letras. Na rua minha
cara é firme. Turrão. Cheio de manias, às vezes até meio grosseiro. “Quase um
ogro” como alguns amigos brincam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Me
levaram de surpresa. Todos eles. Para uma viagem. De carinho e emoção. Minha imagem
com eles. Minha lembrança com eles. E isso é muito grande. É muito importante
para energizar qualquer coração. Potencializar a alma da gente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mesmo
não estando. Lá estava eu. Com todos eles. Ronísio. Era eu. Mas não era. Com eles,
junto com os meus amigos estava o que em mim era bom. Pois sabemos que os
amigos servem para isso. Para fazerem brotar de nós tudo o que é bom. É por
isso que precisamos deles. Para sermos melhor. Para vivermos melhor. O amigo é
como energia. Como o alimento. Nos faz viver de forma diferente e nos
transforma. E nos comove. Muito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ser
lembrado pelos amigos assume uma importância vital para estas relações sociais.
Sentimos como se fôssemos além do que somos. Melhores do que somos. Acreditamos
muito mais em nós mesmos. E inclusive esquecemos, um pouco, o quanto somos humanos,
frágeis, mesquinhos, maus, egocêntricos e tudo o que também habita o corpo de
um ser humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ter
amigos é apaziguar estes outros demônios que nos habitam e sorrir para a vida.
Ver o nome da gente em um guardanapo de papel em uma pizza nos comove até as
lágrimas. Mesmo que elas não saiam. A gente tenta sempre segurar. Ser forte. E até
nisso os amigos nos ajudam. Nos ensinam que ser forte também é chorar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E
confesso a todos vocês que derramei algumas. Lágrimas escondidas. Tenho que
manter a minha “fama de mau”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Queria
dizer muitas outras coisas. Mas talvez o
silêncio seja muito mais efetivo do que minhas palavras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aos
amigos meu carinho. Aos amigos minha gratidão. E meu sorriso torto e
engraçado...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-2308779930790096842014-07-14T14:26:00.000-07:002014-07-14T16:56:38.666-07:00PAÍS DO QUÊ MESMO?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwr6XDyqjq5IfGR8_dAtABFVdP5r0vns6IQ7wVPMRyB__ANBUt8zDdE5UprfP0BAflzCYuavHNTAANMQFebgrPyMpjLiXlV9TssEO3-Ey53oufOXyqxVNxbjbs9tjOj-_L_DAi8a6dbGK2/s1600/10404063_675764732502102_3232741205665408251_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwr6XDyqjq5IfGR8_dAtABFVdP5r0vns6IQ7wVPMRyB__ANBUt8zDdE5UprfP0BAflzCYuavHNTAANMQFebgrPyMpjLiXlV9TssEO3-Ey53oufOXyqxVNxbjbs9tjOj-_L_DAi8a6dbGK2/s1600/10404063_675764732502102_3232741205665408251_n.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<br />
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Havia
me decidido que não ia escrever mais. Porém, estou aqui de novo... Não
resisti a esse período que estão chamando de Pós-Copa do Brasil; Dia
desses tive mais uma daquelas discussões saudáveis das quais participo
regularmente... Não seria melhor se “nosso” país DEIXASSE DE SER o País do
Futebol? E passássemos a ser, com o
tempo, o país da Educação, por exemplo? Que nos orgulhássemos de ser brasileiros porque temos, quem sabe.. A melhor qualidade de vida do planeta? O melhor Sistema Público de
Saúde? Pois
de que adianta ser o país do futebol? Para só meia dúzia ter sorte na vida? Para uns poucos jogadores
ganharem milhões e outros poucos empresários mais ainda? De que serve a fama, se a
maioria dos meninos que correm atrás de uma bola, não chegará a lugar algum;
pois a despeito de seus esforços; dependem
de uns, que não tem escrúpulo nenhum?
Copa do Brasil, feita por engravatados europeus, com jogadores de times
europeus, para europeus e brasileiros com salários europeus assistirem ao olho
da cara... Patrocínios exageradamente
caros e investimentos inexistentes são, no mínimo, contrastantes. Portanto,
quem sabe, trocamos a alcunha de “País do Futebol” por “País da Cultura”; “País da Não-Violência”; “País Exemplo de
Solidariedade”; “País do Empregado Bem Remunerado”. O “País Mais Justo do
mundo”! “O País Mais Honesto”! “ O que
melhor trata seus aposentados”... É, eu
sei. Estou “viajando” como sempre... Queria um povo mais culto; uns políticos
menos sujos; umas leis melhores; justiça de verdade; nosso sistema de saúde é
desumano. A desigualdade social ainda é enorme. A insegurança é geral. Vamos
melhorar nas urnas, diz o otimista; Não tem o que fazer, diz o pessimista... Lutar pelo que é meu por direito! É o que aprendi!
A lutar. A não me calar! Bóra protestar novamente? Sem vandalismo burro, por
favor. Sem violência. Só protesto! As
eleições estão logo aí, os lobos voltaram. Não sejamos ovelhas. No mínimo cães.
Brabos. Ou sigamos com essa palhaçada e o problema será de nossos filhos? Já sei! “O País Onde Melhor Se Escolhe Os
Representantes Políticos”? Não seria uma boa? Então eu voto nulo! Vai entender... rs<o:p></o:p></span></div>
</div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-41625648812357380492014-07-01T17:41:00.000-07:002014-07-01T17:41:09.331-07:00minha mão<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfPPFOwQjs9SKdHV9BiPEeHhqxAbUn6p1FymU5eoDENbJxvCR44yaHkc9AFACOdTsQRRiCPNFX0muJhvgEJPddzWBdm_-BQfTNjoanVmTJVN_4Km5tTl-zUc3rNhd5j13o6op9BqnTD9Xf/s1600/minham%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfPPFOwQjs9SKdHV9BiPEeHhqxAbUn6p1FymU5eoDENbJxvCR44yaHkc9AFACOdTsQRRiCPNFX0muJhvgEJPddzWBdm_-BQfTNjoanVmTJVN_4Km5tTl-zUc3rNhd5j13o6op9BqnTD9Xf/s1600/minham%C3%A3o.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt;">por Ronie Von Martins</span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12.0pt;">Minha mão<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eis minha mão e a tinta.</div>
<div class="MsoNormal">
Antes o muro, a parede e o verde palma da impressão.</div>
<div class="MsoNormal">
Com todas, era mais uma. Mão e força e cor.</div>
<div class="MsoNormal">
Aqui, sozinha enquadrada é só minha.</div>
<div class="MsoNormal">
Mão.</div>
<div class="MsoNormal">
Um não que é meu.</div>
<div class="MsoNormal">
Minha impressão. Minha pressão. </div>
<div class="MsoNormal">
Única mão. </div>
<div class="MsoNormal">
De tantas outras juntas.</div>
<div class="MsoNormal">
Sozinha lutas. Pois é minha.</div>
<div class="MsoNormal">
A luta. </div>
<div class="MsoNormal">
E a palma dessa mão é busca</div>
<div class="MsoNormal">
em linhas que por mim cruzam.</div>
<div class="MsoNormal">
Minha mão.</div>
<div class="MsoNormal">
Em verde parede e cor.</div>
<div class="MsoNormal">
Minha mão em discurso turvo.</div>
<div class="MsoNormal">
Grafia da minha alma.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
na fúria da minha palma!</div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-82017076572244686682014-06-16T18:18:00.001-07:002014-06-16T18:18:05.669-07:00REVISTA ENTREMENTES!<a href="http://entrementes.com.br/2014/06/revista-entrementes/">REVISTA ENTREMENTES!</a>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-67064869151077440132014-05-14T12:09:00.002-07:002014-05-24T11:21:46.442-07:00SOB PALAVRAS<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKGq1n_L8vEyqsQBtiyvfYIksoKOis-wVnNlJi0fFBf3T1WRrkUNro0KeeA1PCflo-OYD3CLRDMG9WE0URwN_TJiMgzX5NaI84m1OeX8LnnyTc7C53_SEMRKBlSAl4gA8hkWx4Uaz9rmaZ/s1600/tviol%C3%AAncia.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKGq1n_L8vEyqsQBtiyvfYIksoKOis-wVnNlJi0fFBf3T1WRrkUNro0KeeA1PCflo-OYD3CLRDMG9WE0URwN_TJiMgzX5NaI84m1OeX8LnnyTc7C53_SEMRKBlSAl4gA8hkWx4Uaz9rmaZ/s1600/tviol%C3%AAncia.png" height="93" width="200" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O
nome era Inácio. Da Silva Romão e Filho. O nome. Todo. E tudo era o nome. Respeito
e conhecimento. Dos outros todos. Do povo. Pois era mecânico. Das bicicletas
todas das cercanias. Duas rodas era com
ele. Sabia tudo. Tudo dos procedimentos de vida e morte das bicicletas. De todas.
Conhecia pelo barulho, pela cor, pela forma, pelo som da buzina ou sino. Era o conhecedor
das bicicletas. Seu Nácio das bicicletas. O famoso e bem quisto cidadão do
bairro das folhas baixas das árvores poucas da rua sem asfalto ou pedra. Seu
Nácio das bicicletas da Rua do Buraco. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Crente
em Deus. Da igreja e do padre. Mesmo que cada coisa fosse cada coisa. Pra ele
tudo era uma coisa só. Uma só coisa tudo. Tinha esse problema. Simplicidade em
demasia. Ingenuidade em doses cavalares. Mas era um homem bom.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Mulher
e dois filhos. Olga, Isildinho e Isaurino. A família. Casa razoável. Na esquina.
Casa em esquina era mais considerada. “Moro na esquina, bem ali... o dedo
apontando... na esquina.” Lugar de respeito e de poder. Os esqueletos das
bicicletas atirados ou pendurados pelas paredes da casa. Pneus e aros por todo
o lado. Borracha. Cheiro de pneu, cheiro de borracha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Dona
Olga era trabalhadora. Casa, roupa, comida, merda do cachorrinho no pátio,
comidinha para o canário que nunca cantou nada. Nunca cantava na gaiola. O rádio
era maior, imenso. O som também. E afogava e angustiava o bichinho. Recusara a
cantar. Nem amarelo era mais. Cinza. E Olga. Sentada. Seu horário. Dela. Único.
Morria no sofá. No horário das palavras. Ditas pelos que podiam dizer. Palavras
livres. Livres de qualquer responsabilidade. Palavras faladas com o dedo. Em riste.
Apontando e julgando. Ela gostava. Dona
Olga. Isildinho também. Daquele horário. Era o momento de “aprender” as coisas.
“Viu só? Falava Dona Olga, agarrando forte o ombro de Isildinho. “Viu só, viu
só... é isso que eu acho. É isso que eu acho. Que mulher inteligente!” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
televisão era o rosto. Sério e respeitável da verdade. E falava de justiça. De força.
De como a comunidade devia reagir. Aos bandidos. “Essa cambada.” Prender,
bater, amarrar com arame. Mereciam. Eram os maus. A comunidade era do bem. Os bons.
Era a guerra. O povo devia estar armado. Pra resistir aos bandidos. Pra matar
os bandidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Inácio
era calmo. Como as bicicletas. Só se moviam se houvesse uma força atuando nos
pedais. Outra força. Um poder exterior. E foi assim. E era assim. Enterrado nos
pedais e nas correntes. Correias. Não havia bandidos, não havia o resto. Só bicicletas,
selins, quadros, guidões, marchas. Tinta, óleo. Borracha. Muita borracha. Não havia
além disso. Da bicicleta e do que ela lhe dava. Seu próprio nome, alcunha. Poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Isaurino
era grande. De futebol jogador e apreciador. Gritava, xingava. Tinha posição,
time, torcida. Organizado. Chorava segurando o símbolo do time, seu símbolo de
força, de identidade, de pertencimento, de importância. Era quem era pelo fato
de ser torcedor de seu time. Sua igreja. Seu discurso. Saurinho como os amigos
chamavam, gritavam. Gordo e suado. Sorridente. Dente branco. Olho branco
brilhante. Sempre feliz. E bêbado. Seu Nácio não bebia. Água sim. Apenas.
Saurinho todas. O álcool. E já não sorria. Ameaçava e brigava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Foi
assim. Que todos. A família. Matou. Trucidou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Ouviram
a voz da televisão. Isildinho na Internet confirmou o inconfimável. E mataram. Já
não eram a família. Eram as feras. Eles e os outros. Tijolo e pedra. E palavras
mais pesadas. Agudas. E sangue e desespero. Dona Olga de pedra na mão. Saurinho
gritando e arrastando o corpo com fúria e raiva e álcool, Isaurinho saltando e
ofendendo. Seu Inácio cruzando por cima. Com rodas. Bicicleta. Sua arma, comida
e vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A
mulher não era. Outra. Quando a polícia chegou, dona Olga ainda batia, clava de
madeira, grunhia e chamava de puta, o sangue na arma, no cadáver e no olho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Enquanto
isso na casa de um vizinho. A tv ligada. E uma voz feminina séria e respeitosa falava
“ainda” em justiça. E em mãos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">E
enquanto era levado pela polícia seu Nácio das bicicletas não entendia nada.
Nem dona Olga, muito menos Isildinho... Isaurinho vomitava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-8647795099684141562014-04-21T20:30:00.001-07:002014-04-21T20:30:58.488-07:00 "O Teu Riso" (Pablo Neruda )<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/WeX1glvdDMQ" width="480"></iframe>roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2100890434488189189.post-53762165254715521122014-04-21T20:22:00.001-07:002014-04-21T20:23:50.133-07:00GRITARAM-ME NEGRA<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/RljSb7AyPc0" width="459"></iframe><br />
<br />
<h1 class="yt" id="watch-headline-title" style="border: 0px; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 24px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 5px; overflow: hidden; padding: 0px; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap; word-wrap: normal;">
<span class="watch-title long-title yt-uix-expander-head" dir="ltr" id="eow-title" style="-webkit-user-select: auto; border: 0px; color: black; cursor: pointer; font-size: 0.9em; letter-spacing: -0.03em; margin: 0px; padding: 0px;" title="BLACK & WOMAN 1 (Eugenio Barba & Victoria Santa Cruz)">BLACK & WOMAN 1 (Eugenio Barba & Victoria Santa Cruz)</span></h1>
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<b><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">GURI NO BURACO<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Ronie Von Rosa Martins<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl_A01bEEfTqtNlqnHhQPYn4ahBMRfEPY4CmJZya3djriyr8ouxIjXH39RrC6FQi5in2ZKJFnfnsnnMhrcI-S285cwZxQRhuDxkJzwACTgK3yduStKuFBTRkbauP5PQSTmmIOomB7xb3X0/s1600/guri+no+buraco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl_A01bEEfTqtNlqnHhQPYn4ahBMRfEPY4CmJZya3djriyr8ouxIjXH39RrC6FQi5in2ZKJFnfnsnnMhrcI-S285cwZxQRhuDxkJzwACTgK3yduStKuFBTRkbauP5PQSTmmIOomB7xb3X0/s1600/guri+no+buraco.jpg" height="320" width="232" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Era um buraco. Um belo e escuro buraco. Sem medo enfiou a
mão que se perdeu no outro mundo. Um belo buraco. Pensou.</div>
<div class="MsoNormal">
A possibilidade estava dada. O buraco o olhava. Olho de
escuro brilhante e sedutor. Profundidades abissais, aventuras inenarráveis. Os
lados. Observou. O vazio da vida real. Nada. Só o mesmo. De sempre. Coisas e
mais coisas. Pessoas e mais pessoas. Coisas de pessoas. Reações de pessoas.
Sentimentos de pessoas. Muito chato. Um mundo dominado e resumido pela
pessoalidade. </div>
<div class="MsoNormal">
Não havia laranja, nem a cerca do vizinho. Estava só. No
campo. Ele e o buraco enorme. Olho que refletia
a intensidade de seu prazer e curiosidade.</div>
<div class="MsoNormal">
China?</div>
<div class="MsoNormal">
Diziam que todo buraco ia dar na China. Sorriu ao pensar em
visitar a China, aquele mundo amarelo cheio de gente amarela com aqueles
sorrisos enormes cheios de dentes “né?”.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas e se não gostasse? E se fossem uns bobalhões e só
quisessem comer arroz? Tinha horror de arroz. Só se fosse com batatinha frita,
feijão e bife. Mas só arroz? Vai ver que era por isso que eram amarelos. Mas
pra ser amarelo deveriam comer milho, e não arroz.</div>
<div class="MsoNormal">
E se fosse um túnel para um outro mundo. Um reino encantado
cheio de fadas e gnomos. Todo mundo andando com aquelas calças coladinhas na
bunda e de botinhas. Tudo verde. E de bonezinho. </div>
<div class="MsoNormal">
Seria piada para toda a rua. Não, não queria virar gnomo,
sem essa de calça apertadinha. Estufou o peito. Era um homem. Tinha sete anos.
Ia pegar muito mal para a sua reputação. O que iam dizer lá no jardim. Que era
maricas? Teria que brigam com o Paulinho Toca-flauta. Ele tava sempre se <i>arriando </i>neste ou naquele. Ia apanhar. O
Toca-flauta era enorme e mau.</div>
<div class="MsoNormal">
Ele é que devia entrar no buraco e ir pra China. Se
empanturrar de arroz até estourar. Sorriu ao pensar no menino inchando com a
boca cheia de arroz. De pois cada vez que enxergava o Toca-flauta caia na
risada. Levara até uns tapas do outro, mas não adiantara nada. Acabou que
quando Paulinho avistava o menino, dava um jeito de se esquivar. </div>
<div class="MsoNormal">
O resto da gurizada percebeu as tramóias de escape do Toca-flauta
e acabaram trocando o apelido do Paulinho para Paulinho Tô-fora, pois cada fez
que encontrava o menino, dava um jeito de sair de fininho.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas voltamos ao buraco. Entrou. De cabeça. Escuro. Apertado.
O coelho da Alice abanou para ele. Ele sorriu. Lembrava da história. A avó
contava. Lia um livro antigo. Cheio de dezenhos. Gostava do coelho. Mas gostava
mais do Chapeleiro Maluco. Será que existiam mesmo? A vó contara que a Alice
acordou e percebeu que tinha sonhado. Ele sorriu. Ninguém sonha assim tão bem.
Nem a Alice. Nem mesmo a Emília. Aquela boneca de pano. E o Visconde. Paraou.
Pensou. Até que o Visconde e o Chapeleiro ... será que eram irmãos. Não. Não
podiam. Ou podiam?</div>
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Mas as pernas não podiam. A cabeça queria entrar além, mais
fundo. Invadir a terra, conhecer as entranhas. Mas as pernas presas na
superfície não permitiam. Correntes que o mantinham neste mundo de cá. Tentou
voltar. A cabeça cheia de terra. O nariz sujo. A roupa imunda. Preso. Preso no
buraco. Entre dois mundos. E agora?</div>
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O choro veio. De mansinho, logo se transformando em fúria e
pânico. Pernas encenando todo o seu desespero. </div>
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Só sentiu quando algo segurou suas pernas e o puxou para
fora. Ainda chorando. A mãe o segurou no colo. Sentada na grama. Depois deitados
em abraço comovente. Um sorriso que era o mesmo descansava tranqüilo no rosto
de mãe e filho.</div>
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roniehttp://www.blogger.com/profile/04040716441430767896noreply@blogger.com0