(por Marcelo Coelho)
O paternalismo é tolo ao dar o peixe e não
ensinar a pescar. Alheio a lei natural
de ação e reação, o Estado investe na ignorância. Na miséria sustentada. A
massa, sem raciocínio e ética, se desgarrou.
A tecnologia ajuda o caos. Facilita, acomoda, gera preguiça, simula,
dribla a realidade e faz gols contras estéticos. Tolos se enfurnam no subsolo
moral em busca de poder, dinheiro, fama, beleza, luxo, potência sexual. Freud diria que vivemos uma recaída no trauma
do materialismo. O hedonismo tem vencido as batalhas sentimentais.
A mídia sempre foi pervertida. Agora se espraiou.
A internet mostra tudo. Sem limites. Nossas perversões ecoam em surround e
imagem 7D. Na TV, novelinhas e seriados ensinam tudo de ruim, em doses
homeopáticas, feito uma escola bizarra. Os reality shows revelam o sentimento
sórdido que move as relações interesseiras. Mulheres com bundas e peitos de
plástico, bicos de pato e cérebros atrofiados feito nozes procuram se revirar
do avesso e mostrar toda intimidade contida no útero e nos ovários. Os trogloditas
do MMA revivem a era dos sangrentos gladiadores e nos mostram a minúscula
evolução humana que obtivemos desde a assombrosa idade média. Heteros e gays também se degladiam pela maior publicidade
sobre escolhas que hibernavam nas cavernas do foro estritamente íntimo.
O poder de crítica das
massas foi subestimado. Os telejornais podres realimentam e amplificam o tosco, o tolo,
o pior do ser humano. Programas
sensacionalistas vegetam na UTI do conteúdo. Teimam em investir na mórbida
curiosidade, no falso heroísmo policialesco, no primitivo erotismo formatado ao
gosto das maiorias passionais, ou incautas, ou ignorantes, ou deslumbradas com
a realidade nua, crua e na brasa. Só
não é guerra civil, porque um dos lados está desarmado. Mas quem leu um pouco
de história universal, sabe que tudo sempre pode piorar. Tudo bem. Sigo no meu
otimismo. E se me falarem: “Foda-se”, respondo: “Não dá. Duro não dobra e mole
não alcança”.
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